ônibus em chamas e janelas estouradas
a voz dos silenciados
na língua de saques e explosivos
‘pelo terceiro dia seguido
a bolsa de valores fechou mais cedo’
o exército nas ruas
me ama agora. tudo queima
‘estado de emergência’ a norma
a verdadeira cara
do estado de coisas
‘uma cidade muito, muito vazia’
um grão de areia
um mar de revolta
aperta a minha mão
e não solta. agora só nos resta trazer à tona
outra emergência