tempos de temor e passos furtivos
de esperança
escorrendo entre os dedos
silêncio, só silêncio
foi aí que sentiu medo?
todo dia reaprendo o alfabeto
no bar pessoas fumam sob o toldo
à espera de mais um ano novo
a vida é uma língua que não falo
e envelheço nas mesmas roupas
e no mesmo vocabulário
um poema vale menos
que qualquer carinho
e sonhos se põe cada vez mais cedo
sem valor de mercado