em realidade...
datilografando palavras
ao passar dos pássaros,
o dia que vira tarde
que vira-se-tornará
noite.
copiando poemas ao vento falso
do ventilador;
falso-bem-vindo pois apesar de falso
é extremamente refrescante tal qual
o engano.
o que será do carnaval?
será festa ou solidão,
serão pessoas
ou poemas serão?
será alto estrondo
ou eterno silêncio?
na companhia de velhos poemas
busco em palavras a memória,
a foto que não tirei
e um coração que já outrora
batia descompassado,
descontínuo-inesgotável.
velhos poemas de uma vida
como as folhas ao vento
de uma tarde
cuja suave vontade invade,
sussurrando o que há de
com calma tornar-se,
ò mágoa lembrança,
mera tranquilidade.
(Berlim, 2008)
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