culpado
foi coisa de poucomais de um segundo de atrasoe ele já havia apanhadopelo pescoço na boca o pássaroque gritou desesperadoenquanto agarrei o cusco pelo cangotee o atirei de lado.um segundo de atraso.o pássaro ainda gritava em minhas mãos,batendo as asas em plena angústiaenquanto plumas desfiavam no ar.um segundo de atraso.quando coloquei-o com os pés no chãonem fez forçae desabou por completocom os olhos ja semi-cerradosde uma resolução que eu nunca havia visto.um só segundo de atrasoe fui passando a mão pelo seu corpo,acariciando as penasenquanto os dedos buscavam a chaga.um segundo de atrasoe um pescoço destroncado.sabia que não iria viver.já nem se movia mais,já nem mais respirava.morto de olhos abertos, de bico aberto,morto, morte...um segundo de atrasoe uma vida que não salvei.
Nenhum comentário:
Postar um comentário