final de noite
o quarto ainda estava escuro
quando você levantou para ir no banheiro
outra vez, de madrugada.
quando abri os olhos de novo
uma luz branca já iluminava parte
da parede e da porta do armário,
por entre frestas da cortina.
o dia nascendo era uma música branca
derramando imperdoável contra
pálpebras cansadas, incapazes de alterar
qualquer coisa.
o tempo passando é uma ferida que não estanca.
cada vez que o teu corpo mexia,
mudando de posição, eu sabia que
era pra longe, e que as horas não
parariam nem que a gente implorasse.
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