after Alejandra Pizarnik
noites em claro e manhãs no escuro
chuva cai no asfalto
de mais um coração partido
os votos contados
a boca um deserto
de gente dormindo sobre bueiros
nem os mortos
nem os mortos estão a salvo
e não há remédio
os olhos repletos de cacos de vidro
e cinzas de orvalho
os mortos têm asas de musgo
e não há tempo
o silêncio
é certo
o silêncio tem olhos de gesso
e dias contados
os corpos são sombras que sangram
e não se calam
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