after Miyó
Vestrini
meu coração quebra toda vez que chove
por aqui as sirenes não dão descanso
e até os carros têm som de desalento
na calçada em frente ao bar
pessoas fumam sob o toldo
à espera de mais um ano novo
a vida é uma língua que não falo
e envelheço nas mesmas roupas
e no mesmo vocabulário
por aqui o vento é feito de gritos
e até as paredes choram
meu coração sempre quebra na chuva
as mãos cheias de perda
quanto
silêncio pruma dor tão pequena
e tristezas tão privadas
um rosto ruindo em janelas
um trem em movimento
coisas de
verdade viram lixo
e sonhos se põe cada vez mais cedo
sem valor de mercado
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