Brado cotidiano
Da passagem do dia
à contagem da hora;
na espera tardia
pela chegada da aurora.
Saudade que não vai embora,
que não abandona o peito;
quando a tristeza em mim vigora
não pode ser d'outro jeito.
Faço então do coração o leito,
meu refúgio das emoções mortais;
talvez meu único grande feito
seja o das cousas irreais.
A vida vã dos astros celestiais,
a eternidade que também é minha!
Aparição de sonhos reais
d'uma realidade que me continha,
quieta vinha,
toda ela -
sozinha.
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