Bloqueio
não viu que passava o tempo no passar dos carros
e que pelas ruas o dia já corria das luzes.
cerrou os olhos e apoiou a testa contra a janela fria
e no aperto das pálpebras
alcançou com os dedos uma parte do corpo de metal:
era frio como o rosto de plástico
e frio como os lábios de cera.
já não suportava a rotina do céu.
trocou palavras por pessoas
e o silêncio da tristeza por voz,
por um toque que não fosse letra
em um minuto sem saudade.
deixar escorrer o que tem que escorrer.
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