o tempo é mesmo estranho.
como passa. como pesa.
como ora acalma e ora
derruba.
como acumula atrás da
porta
e no vão das janelas.
como espera
por você que nunca
chega.
você diz que chega, que
basta
mas o tempo não liga.
não olhe agora. o tempo
mata
o que a memória
reencontra.
o que o sonho
transforma e as horas
já não são mais as
mesmas.
nem tudo se torna. o tempo
morre
nas paredes brancas.
como cansa. como o
corpo
anseia. como o tempo dança
valsa
em volta de dias
iguais.
como o tempo inteiro
é uma colcha de
retalhos. ecos
de um mesmo grito
retumbando ao mesmo
tempo.
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