a vida é um mar agitado.
a gente
um barco sem remos. rápido, preciso
de uma dose de amor puro,
sem gelo.
preciso abafar o soluço,
arrancar
a bola de feno entalada no fundo
da garganta. preciso de um grama
de amor puro pra aliviar
o sufoco,
recolher os cacos do
corpo espalhados
pelo chão da cozinha e escapar
do quarto onde os raros móveis
do quarto onde os raros móveis
se alimentam dos meus pedaços,
restos de unha e farelos
de pele
(migalhas de sonhos que
escorrem
pelas paredes brancas).
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