no metrô
alguém empina uma garrafa de cerveja de olhos
fechados
como se fosse um antídoto.
nos degraus da estação
alguém dorme sentado com a cabeça entre os joelhos
em plena luz do dia.
na plataforma
alguém revira lixo após lixo atrás de garrafas de
plástico vazias
sob o olhar atento de um policial.
em aleppo
alguém salva um bebê dos escombros de um hospital.
um banco perdeu $15 bilhões na bolsa no último mês
diz o jornal.
em outra estação
alguém se atira nos trilhos enquanto um trem se
aproxima.
o alto-falante
anuncia: “todos os trens estão cancelados”
suspiros de impaciência.
cada segundo vale ouro em vidas que valem cada vez
menos.
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