debruçado sobre o livroà luz de uma única lâmpada acesaao som da chuva que cai no tetosem lembranças ou memóriasdo tempo em que viveu nas nuvens.sem consciência, sem vontadeque não a de ser chuva, de cair,seguir a lei da gravidade,sem vontade de lembrar no peitoo que a cabeça esqueceu —uma vida inteira apagada,um vazio escuro de quartoà luz de uma única lâmpada gasta,um passado distante repetido,mal colocado no tempo,um passado ultrapassado.já não reconhece aquele rostotão próximo, tão parecido,agora tão longe.a chuva cai sem dor,sem anseio e sem lamento,cai sem dor, cai sem pensamento;a chuva cai no teto ainda, insiste,mas sei que lá —naquela velha casa de madeiraalguém que amo sofrepor alguém que já não lembra.
get up, put on your shoes, get / started, someone will finish (Diane di Prima, Revolutionary Letter #2)
terça-feira, 16 de novembro de 2010
naquele porto
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