Boots with Laces, by Vincent Van Gogh, Paris 1896 |
aletheia, van gogh, arte, heidegger
deita tua sombra pro ladoe não seja nadaou deixe que a sombra sejao topo do arvoredodo dia acabadono campotanto tempo andandoagora paradocontra o centeio amarelocomo o sorriso vestidode couro gastode dentes esfumaçadosde ásperos pés secosde cadarçosque mais parecem palha de trigoa dar voltasem torno de olhos entristecidosque suportam o peso da terrano peso de pernasde vidas sem nomesem sorteou vaidademas com entrega absolutae resolução de fragaque não se esgotamas que pra sempre habitaesse mundo erguidodifusoe semapoioesse mundo reveladoque já não é sapatoe já não é refúgioé uma clareira abertaque encerra o surgimento sincerodas coisas sem conceitoo sapato é o único meiopelo qual o quadro faladaquilo que de outra maneirapermanece ocultoe sem significadoo sapato é a provada possibilidade da presençade uma verdade que confessaaos humanos olhos atentosa sua forma primeiraque agorajá não é mais sapatojá não é mais apenascoisauma peça de equipamentomas arteporque enquanto ergue mundosnos remete a todo instanteà terra que concebe a tintao pano de fundoa densidade do discurso
e o desconhecido
iluminado que,
brilhando, se torna
a verdade que não se toca,a belezaa textura da rocha
e o peso da pedra.
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