domingo, 25 de abril de 2010

Não é o lugar






da espera e da falta
do aguardo da calma

cada copo de café
na manhã ainda fria
enquanto o sol ainda ensaia

as vezes me pergunto
porque eu acorda tão cedo

gosto da noite mas não aguento,
inquieto espero que se vá,
desesperado quero que me encontre,
a única certeza
que não importa o que aconteça
um dia novo nasce todo dia
e uma nova noite surge
quando a luz é luz da lua

da espera e da falta
da solidão que as vezes me aterra a alma

esse não é o lugar
pra quem não se emociona com o silêncio,
esse não é o lugar
pra quem desperta esperando
ver o dia surgir devagar

tenta denovo, mais uma vez e outra,
levanta e tenta outra vez
que a vida é seguir tentando

tenho saudade da bebida
porque tenho saudade de ter saudade
quando saudade assim me falta
mas o que um dia me salvou
hoje me mata -
ria

hoje tento outra coisa, e se preciso
tento de novo, mais uma e outra vez

esse não é lugar
pra quem tem medo de tentar

mais um copo de café, mais um livro
assim ao sol, uma música bonita na cabeça,
a imagem de um rosto distante, disperso,
um olhar do avesso,
um poema confesso

da espera e da falta
do fim da tormenta
do aguardo da calma.

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