sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Enquanto o rio subia






através da janela a cidade respira um ritmo desmentido pelo quarto.

o silêncio, a madrugada adiantada e a falta de sono.

um sossego de apatia,
uma expressão inundada de vazio.

a cidade pulsa no ritmo das luzes, dos carros, do som isolado,
uma separacão de parede que não esquece o outro lado.

o murmúrio esconde o grito,
a tv não fala mais
e o progresso é a solidão entre 20 milhões de pessoas.

passos por segundo numa rua de teatro,
lembranças de um bairro que mudou.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Terna é a noite


prédios de aço,
chuva ácida de retina,

o brilho do olhar de asfalto.

corre, em ritmo desenfreado
corre,
decadente

por entre as cinzas das janelas,
versos de um sorriso morto,
cem mil pedras e postes

de luz,

a ternura da noite,

um coração de papel.

sábado, 8 de janeiro de 2011

Mas não






três semanas que nem vi passar.

um segundo só que fosse,
um minuto,
um dia,
um mês,

anos e anos,
um século,
a vida inteira.

um momento que durasse pra sempre.
Somewhere


 


o além se perde ao fechar dos olhos;
branco, alça vôo
e se dispersa em escuridão.

e me cubro de olhos,
de olhos e nomes,
de corpos,
de letras de sangue.

o vazio é a quadra repetida,
um quarto, esquina,
rua sem saída,
uma vida de mentira.

a liberdade é um lugar qualquer,
algum lugar qualquer,
algum lugar,
somewhere.