sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

domingo, 24 de janeiro de 2016 (2)





a gente deitado                                 

no sofá da sala           

olhos                                       entreabertos                           

corpos espremidos e cheirando
           
a sono                         domingo

                                                            o som fraco

de um piano ao fundo                       

galhos                         desfolhados

neve derretida                                                            gralhas revirando


calhas de telhado


terça-feira, 26 de janeiro de 2016

domingo, 24 de janeiro de 2016




a gente deitado no sofá da sala.

olhos entreabertos.
corpos espremidos e cheirando

a sono. domingo. o som fraco
de um piano ao fundo.

galhos desfolhados.
neve derretida. gralhas revirando

calhas de telhado.


segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

em manhãs escuras




em manhãs escuras 
um velho toma café na minha 

cozinha. o rosto enrugado 
no vidro da porta. na janela. 

levanto da mesa. guardo 
a manteiga e a geleia na geladeira.

ponho a louça na pia.
desligo a luz e saio pela porta. 

a cozinha vazia.


domingo, 10 de janeiro de 2016

e um próspero ano novo




a vida é um mosaico. a gente

cacos de azulejo. o trem viaja
entre esqueletos de árvores.

um homem oferece jornais
em troca de qualquer ajuda.

pessoas olham pela janela.
fitam um livro. o telefone.

uma mulher pede esmola
e deseja a todos um feliz natal

e um próspero ano novo.  


sábado, 2 de janeiro de 2016

no fim das contas




nas últimas duas semanas mal abri a boca.

ontem limpei o apartamento inteiro.
lavei a louça. a roupa. até a colcha do sofá.

acabei não fazendo a barba.
pensei em passar numa floricultura.

agora sento em frente ao portão e espero
o avião pousar e você aparecer.

as pessoas olham o monitor.
no fim da contas felicidade é isso. alguém

por quem esperar.