quarta-feira, 26 de junho de 2013

a story



we met.

I was in a bad 
place.

it was easier 
to leave.

you stayed.

para cada um de vocês


todos os poemas 
juntos

formam 1 só 
inacabável obrigado

e pedido 
de desculpa.

ou qualquer outro mês


nuvens cruzam o céu.

o final de um livro
não altera o sol, mas abril

não será mais igual.

segunda-feira, 24 de junho de 2013

além


queria escrever isso 
nas paredes

em letras coloridas.
eu te amo
em recortes e mosaicos

colados em viadutos
e topos de prédios.

queria escrever isso
numa tela

feita de teclas de piano
e restos de tubos
de tinta.

queria pedir desculpa
todos os dias

em fitas de vídeo
e peças de computador.

queria escrever isso
em 1 milhão
de cópias

de cartazes gigantes.
eu te amo

além do limite da arte.

domingo, 23 de junho de 2013

Franny e Zooey


o calor me amassa.
o suor pinga na mesa.

a língua é força, não silêncio.

ninguém quer falar
de suicídio,
só o barulho do vento.

o vidro estala. 
vem chuva.

uma história


a gente se viu.

eu tava mal.

era fácil partir.

você ficou.

quarta-feira, 19 de junho de 2013

não fale em verão


os dias 
ficaram longos.

o sol 
ficou alto

os dias 
ficaram sós.

terça-feira, 18 de junho de 2013

a saudade


a saudade 
é um trem que vem de longe, 
para na estação por 1 minuto,
depois parte.

a saudade 
é um mal-estar no estômago
um colchão contra a parede.

depois das 21h


quando o sol brilha
depois das 21h
é bonito, mas também 
tem algo de triste.

quarta-feira, 12 de junho de 2013

ou de comida chinesa


no vazio, 
as horas passam 
devagar.

pedaços 
de lembranças,
vozes,
flyers 
de pizzaria.

no vazio,
as horas pesam 
mais.

o tempo 
ergue castelos 
de isopor.


todo mês


se nasce e morre 
todo mês.

a semana passa 
sem uma palavra.

não importa,
nada nos pertence.

a noite é estranha,
o mar é longe.

o dia, uma terra 
estrangeira.

terça-feira, 11 de junho de 2013

se não falássemos de estrelas


se eu pudesse, 
também escreveria 
uma canção de amor.
Vênus e Júpiter seriam 
mais brilhantes, 

se não falássemos de estrelas.
da minha parte, 
cansei de matar mariposas
e contar colheres,
ver os cacos no chão 
não virarem copo, 

voar na flecha do tempo.
meu bem eu prometo
nem toda dor da hora 
vai ser demais, 
ainda que não pareça.

vício inerente


naquela noite, acordou virado de barriga pra cima 
com a boca seca, semiaberta murmurando palavras 
sem nexo e aparentemente sem som. 
sonhava, ou melhor, estava preso num pesadelo.
no pesadelo, estava perdendo a cabeça, ficando maluco, 
perturbado e doente porque tentava entender as coisas e não conseguia. 
acordou várias vezes durante a noite, suando frio sob o edredom ensopado. 
virou de lado em cada uma delas e, assim que fechou os olhos,  
despencou do quarto e caiu no mesmo lugar, na mesma cela escura. 
na última vez que acordou já clareava,
o celular mostrando 5 e 17 da manhã.
cansado, como se mal tivesse dormido, 
fez força pra manter os olhos abertos e não cair no sono
tomou um gole de água morna 
e engoliu um inseto junto, sem se perguntar qual.
botou o copo na mesa, deitou na cama 
e ficou olhando o teto branco 
enquanto o dia acabava de nascer.