sábado, 18 de dezembro de 2010

aquela dor de adeus





te perdi para festas que não pude ir
e para dias em que só trabalhei.
te perdi para a rotina
e para a sina da passagem dos dias.

te perdi para a passagem do tempo
e para o fim daquele mês de dezembro.
te perdi para o meu próprio desejo,
encurralado,
imerso em amor desesperado,
acuado entre as quatro paredes
de um peito que suspira calado.

te perdi por repetição de método,
por repulsão de átomo,
por viver com medo.

te perdi como um carro sem freio
perde o controle na curva,
te perdi naquela noite de lua
crescente, naquela madrugada doente,
no teu adeus que eu não quis,
no ronco do avião voando baixo sobre o prédio.

te perdi por não ter levado a sério
que um amor de verdade se encontra
quando mais se precisa
e quando é mais difícil entender porquê.

talvez eu aprenda
e talvez eu nunca mais te veja.

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