segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

depois das dez



conheço as manhãs
melhor que a mim mesmo.
as vi concretizadas
atrás de cortinas, cor
de ressaca depois das dez.
as vi através de para-

brisas de caminhão,
longe de casa, o asfalto
se estendendo numa
reta infinita. as vi
nascer de dentro de noites

que pareciam durar
pra sempre, na época
em que o tempo era longo,
borboletas rompendo
casulos quando
menos se esperava.  

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