quinta-feira, 24 de julho de 2014

trégua




os dedos quase congelando.
os olhos seguindo o risco
de cimento entre os azulejos.
os pés contra a porta, as costas
contra a patente. a noite

não passa. dois pares de meia,
duas calças e três camisetas.
mais nada na mochila. as unhas

lilases. as paredes brancas.
um barulho de chave às três
da manhã. um ranger
de dobradiças. a torneira

pingando. o silêncio
dá trégua. as paredes não.



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