segunda-feira, 19 de outubro de 2015

depois da briga




não há nada tão enganoso
quanto esse silêncio.
um de frente pro outro
comendo omelete e pão na mesa da cozinha.
os olhos se evitando.
as bocas se resumindo a mastigar.

não há nada tão doloroso
quanto esse silêncio.
esse silêncio amargo
de frases engolidas.
esse silêncio em que as bocas não falam
e as cabeças fervilham.

esse silêncio de aço
e de tapar os ouvidos.


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