sexta-feira, 20 de agosto de 2010

às 22h00 de qualquer dia






espero pelo caminhão
sentindo contra o rosto
o vento
e a falta total de vontade
de trabalhar.

mas eu assim como tantos
outros
preciso de dinheiro
mesmo que tão pouco.

no trânsito vejo um carro
funerário passando
na mão contrária
com um caixão com o corpo de alguém
morto no porta-malas.

e eu me pergunto
se tudo já não morreu
e se isso tudo não passa
de uma grande farsa.

mas eu ainda posso
à noite deitado no escuro
pensar nela por alguns minutos
antes de dormir
esperando que algo aconteça
antes que o despertador amanheça.

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