quarta-feira, 3 de agosto de 2011

during days when she was found dead.



" I haven't found a drug yet that can get you anywhere near
as high as sitting at a desk writing , trying to imagine a story
no matter how bizarre it is,..."

Hunter S. Thompson, "Kingdom of fear".





Na sacada, no sofá, a caixa de fósforos no trilho da porta, a manhã
que ainda escura, o silêncio, a chama, mais um dia. Dores de um mundo
em madrugada, janelas e mais janelas desâmparadas,
o último dia de alguém. Até os anos se passaram.
Foi num hotel em Brugge que escutei a notícia a primeira vez.
E o que restou de tudo isso, do pó, do copo, da fumaça, uma mão ruim de cartas,
lembranças de dias no paraíso apagadas
e um milhão de músicos que não valem nada.
Voltei. Reencontrei a caneta e um velho caderno quase em branco
e vim tentar te entender mais um pouco, um encontro no papel,
tentar enteder o porquê de ter que entender.
Allen Ginsberg um dia escreveu:
" I saw the best minds of my generation destroyed by madness, starving hysterical naked,
dragging themselves through the negro streets at dawn looking for an angry fix,
Angel-headed hipsters burning for the ancient heavenly connection
to the starry dynamo in the machinery of night,..."
Well, and so did I, and it leaves nothing but a damned feeling of sadness.
E algo estranho dentro de mim me diz que eu de alguma forma deveria
ter tentado, tentado qualquer coisa...Sensação sem sentido, lições
de um mundo que sabe ser frio, rancor de quem não sabe perder.
É que eu também já morri cem vezes, mas tu agora cansou de voltar.
E eu sinto muito, e declaro cem dias e noites de luto.



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