quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

do começo


nem que o outono nunca mais volte
nem que eu tenha que dirigir
nem que tudo que é bom sempre fuja
nem que amanhã só reste café solúvel
nem que falte tempo pra palavras-cruzadas ou bate-bola
nem que as ruas de casa virem shopping center
nem que nada dê dinheiro                                    
nem que você resolva pôr botox
nem que o poema morra de vez(e assim eu um pouco por dentro)
nem que ninguém mais ouça jazz
nem que essa tela seja o mais perto do teu corpo por tantos dias
nem que tudo vire um telefone                            

nunca, nada vai fazer com que eu te ame menos
não até que algo no meu peito dispare, depois cesse

e ainda então, em cada palavra que ficar pra trás
vou te amar de novo, do começo

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