quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

o ovo apunhalado


todos os dias, febril
e meio pálida, ela espia os portões
do quartel por trás
das cortinas da janela do quarto pela manhã,
à espera.

em guardanapos de papel,
compõe versos tristes que ninguém lê

e em noites de lua cheia,
seu olhar anêmico corre atrás de alívio no céu de chumbo.

mais que qualquer
pessoa, já se lhe tornou íntima a noção
de um suicídio dramático
e marcante, lento 
como um córrego de leite integral. 

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