segunda-feira, 2 de junho de 2014

ao mesmo tempo




o tempo é mesmo estranho.
como passa. como pesa.
como ora acalma e ora derruba.
como acumula atrás da porta
e no vão das janelas. como espera
por você que nunca chega.
você diz que chega, que basta
mas o tempo não liga.
não olhe agora. o tempo mata
o que a memória reencontra.
o que o sonho transforma e as horas
já não são mais as mesmas.
nem tudo se torna. o tempo morre
nas paredes brancas.
como cansa. como o corpo
anseia. como o tempo dança valsa
em volta de dias iguais.
como o tempo inteiro
é uma colcha de retalhos. ecos
de um mesmo grito
retumbando ao mesmo
tempo.


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