quarta-feira, 26 de maio de 2010

É quase hora






o que terei sido quando me for
senão algo que nunca foi?
o que terei sido senão
um aglomerado intenso de sonhos
um amontoado de delírios estranhos?

o que fui ninguém o soube
nem eu próprio grande parte do tempo.
o que souberam que era
é o que não fui
mas o que fingi ser, um ser que não eu,
conjunto falso de pretendida existência.

se existí foi irreal, facto não acontecido;
de pobre matéria mortal
embebedou-se o coração esquecido.

busco numa procura eterna
por algo que nunca encontrarei
e se vivi - foi ilusão
daquele sonho que não terminei.

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