sábado, 15 de maio de 2010

O fim que tudo tem em ti






essa noite eu sonhei que chovia,
que torrenciava;
que desabava em baixo d'agua
o mundo,
que o mundo afundava n'água,
os rios inteiros
em que o mundo nadava.

havia um quê de alegria sonhada,
um quê de alma dormida,
de vida que n'água jazia
pro resto da vida sossegada.

acordei de olhos entreabertos
prum sol já nascido na janela,
sol de desaponto,
me deu vontade de não levantar.

cerrei os olhos úmidos de embasso
e ouvi o lento recomeço das gotas
pesadas de chuva
a escorrer pela janela cansada.

era o mundo,
o mundo não nascido,
mundo de mentira,
mundo do meu sonho

que era mundo submerso.

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