sábado, 29 de maio de 2010

Quando eu bebo






dei um beijo que eu não tenho.
um beijo ao qual eu não pertenço.
um beijo anônimo
um beijo bêbado
um beijo alcoólico
que eu quase não lembro.

dei um beijo que eu queria abraçar
e não deixar-se ir embora
mas se foi rápido, fugaz 
como qualquer instante
que eu tento em vão agarrar
mas que se esvai, que corre lento
e escapa

como esse beijo que foi nada
que tanto queria que fosse algo
que fosse algo além do lábio,
do rosto que quis deitar,
da mão que apertei
e foi difícil de soltar.

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