segunda-feira, 21 de junho de 2010

Manuel Antônio





não derramo lágrimas por tua fibra que rebentou-se
mas também tenho lembranças de morrer;
sei que talvez a vida um pesadelo fosse
e entendo que a dor vivente quisesse esquecer

quisera a vida uma conclusão precipitada
dar ao teu verso aos vinte anos
mas ele inda rebenta na madrugada
nos mais tristes dos recantos

e de outra forma não seria
com poesia de tal beleza;
morreu quando a aurora inda nascia
na alma cheia de incerteza

acometido de tuberculose pulmonar
agravada por tumor na fossa ilíaca;
era a dor orgânica refletida
nas dores do mundo que sentia

então só rezo pra que tenha obtido
o teu repouso mais que merecido;
que teu leito solitário tenha sido
descansado na floresta dos homens esquecida
à sombra duma cruz
e que nela esteja escrito
que foi poeta, sonhou e amou na vida

e peço por favor que não te aflijas
quando a ave na antemanhã preludia
e quando o céu a meia noite sossega;

fique calmo e apenas ouça -

que os arvoredos do bosque vão se abrindo
deixando a lua pratear-te a lousa.

Um comentário:

  1. Olá Guilherme. Bonito blog.! Vc me mandou um e-mail.. pro e-mail o Borboletas e Poesias... visite meu blog.
    bjo

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