quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

To a Cat
(tradução livre de Jorge Luis Borges)






Espelhos não são mais silenciosos
nem o aproximar da aurora mais secreto;
à luz da lua, tu és aquela pantera
vista somente de longe.
Por inexplicáveis manejos de uma lei divina,
por ti procuramos em vão;
ainda mais remoto que o Ganges ou o sol poente,
é tua a solidão, e teu o segredo.
Teu quadril permite a persistência
do carinho de minha mão. Tu aceitastes,
desde aquele longo passado esquecido,
o amor da mão que duvida.
Tu pertences a outro tempo. Tu és senhor
de um lugar confinado a um sonho.

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