segunda-feira, 22 de abril de 2013

abril, quase maio


a saudade é um relógio quebrado.
os dias têm sabor
de migalha, e se sucedem

como vagões de metrô.
o mês se arrasta, se arranja
em papéis espalhados pelo quarto.
na roupa puída,
pendurada por semanas no varal.
no sono atrasado,

na mala que eu não desfiz.
num tédio só meu,
uma dor e uma paixão sem iguais.

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