sexta-feira, 13 de novembro de 2009

De manhã já era noite







acordei p'ruma manhã sombria,
de completa escuridão -
de um céu coberto de nuvem fria
como espelho a refletir o chão.

manhã linda, porque é linda só pra mim;
é assim,
escura, quase absurda,
de uma imensidão que não tem fim -

me arrebata de chofre, e me acelera
o coração,
me traz num átimo a sensação
de um horizonte novo que me espera,
que me aguarda,

que guarda algum segredo meu,
um Deus justo p'resse coração ateu,
palavras bonitas, que consolem,
versos que alguém me escreveu -

e esse véu,
cinza escuro que cobre o céu,
não cobre, hoje, também a minha vida?
não anuncía a despedida?

a medida
que a chuva vem chegando, caindo,
correndo e lavando -
vai minh'alma também preenchendo,
ao sabor do vento, lento,
meu olhar desatento.

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