quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Só mesmo esse coração doente







sempre a vejo sozinha,
um tanto silenciosa
e até mesmo um pouco sombria;

lendo um livro qualquer,
que eu imagino de bom gosto
ou escrevendo em um caderno,
gosto de imaginar que poemas
e sempre ouvindo música.

sempre de preto,
com cabelo bem preto
e os olhos bem pretos,
muito escuros;
misteriosa, de uma tristeza
melancólica
pela qual me apaixonei perdidamente.

nunca falei com ela, nem ela
nunca comigo;
sempre na mesma biblioteca,
cada qual com seu livro,
seu caderno, seus poemas
e suas próprias desilusões
amarguradas.

ela então se levanta
e se prepara pra sair;
meu coração dispara,
não quer ver ela partir.

mas ela vai mesmo assim
sem sequer olhar pra mim,
sem sequer se despedir
ou me dizer que vai voltar.

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