sábado, 30 de outubro de 2010

Joe Harland






naquela manhã não quis sair da cama
e ao olhar pela janela
decepcionou-se ao ver o céu:
desejou que estivesse chovendo
e desejou não ver o sol.
quebrado.
havia um dia sido rico,
o mago de Wall Street.
agora devia as calças,
três semanas de aluguel,
desempregado,
implorando por um níquel,
por um quarto de níquel,
por um quarto de whisky
e um chance de dizer ao mundo que um dia
já havia sido alguem.
só mais uma ilustração
da peculiar predominância da sorte 
nas relações humanas.

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