domingo, 18 de setembro de 2011

This Morning
(de Charles Simic, traduzido.)







Entre sem bater, inseto trabalhador.
me encontro aqui refletindo
sobre o que fazer nesse dia escuro e nublado.
Foi uma noite de rádio ligado mas baixo,
de um sono sóbrio, vago, sonhos perturbados.
acordei confuso e doente de amor.
Tive a impressão de ouvir Estella cantar no jardim
e certo pássaro responder,
mas era apenas a chuva. Os topos escuros das árvores
tremendo, murmurando. "Pode vir meu bem,"
eu disse. E assim ela veio,
com cheiro de menta na boca, sua língua
umedecendo meu rosto, quando ela então desapareceu.
O dia chegou devagar, um raio cinza de luz
pra lavar a cara e as mãos.
Horas se passaram, até que você se arrastou
por baixo da porta, e parou diante de mim.
Você também se veste de luto,
Dona Formiga. Eu gosto do silêncio entre a gente,
o quieto - aquele estado divino
que até a chuva reconhece. Ouça ela começando a cair,
como se tivesse os olhos fechados,
silenciando cada gota em seu coração selvagem.


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