domingo, 2 de outubro de 2011

Versos de Trem no Ônibus






foi quando, sentado,
curvou as costas
e apoiou os cotovelos nas pernas;

através não de uma,
mas duas portas de vidro -

sentado do outro lado,
noutro vagão, também curvado e
lendo algo, um livro,
a cena toda um retrato
demais familiar pra ser ignorado.

era ele próprio mas não em reflexo,
do outro lado, outro corpo
alegando outra vida

enquanto o trem seguia,
Hurstville, Penhurst, Mortdale, -

sentiu-se envolvido
por uma estranha quietude não estática,
mas tomada de graça e movimento
como uma folha solta ao vento
vagarosamente descendo, caindo
e enfim alcançando o chão, um toque,
um sopro simples do ar.

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