quarta-feira, 20 de março de 2013

o sono dos peixes


pessoas de terno e copos vazios de café.

te espero sair da aula escrevendo bobagens sem nexo
em forma de poemas

pra dizer que te amo,
que dor no pescoço
e que horas são agora?

como se fosse bonito ou importasse.

garranchos de caneta.

pessoas sentam e levantam
e eu observo.

olho a porta do elevador abrir, fechar.

vozes se cruzam e se confundem num ruído impossível,
um som chamuscado e alto

que parece fuligem.

te espero sair da aula pra gente ir pra casa durmir
junto depois de comer, 

você tomar banho e eu folhear o jornal
preguiçosamente,

de forma automática,

à procura de uma manchete que vire o mundo
de ponta cabeça

ou de uma noite que não vire manhã. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário