quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Quarto





embora se sente em um quarto despido,
órfão de traços exceto teias de aranha na estante 
e deite 
a palma da mão na poeira;
embora se sente sobre o colchão branco no piso
e segure,
por um instante, a manivela da persiana;
ou toque,
com a ponta dos dedos,
o papel de parede arenoso;
ou abrace,
com os olhos abertos,
a ausência de um quadro que não seja a janela fechada.
você sabe—
que nada aqui simboliza nada;
qualquer vista é sempre e apenas
a presença aceita
de uma imagem qualquer de saudade.





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