segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Través





o traço é sujeito, meio
pelo qual ele enxerga o mundo de frente,
mas também de soslaio. enxerga e entende,
entende e interpreta, interpreta e se apropria,
se dissolvendo. o sujeito é líquido,
é indivíduo mas também personagem.
é íntimo mas é um ser de máscara
que requer distância, pessoal mas de esguelha.
é criação mas requer espaço
para ver de longe o que há de mais perto. 

criado, se divide e se separa por processo.
se separa e abandona, deixa de ser o que era ponto de partida.
criatura tem vida própria até que se perca.
sujeito é fruto
da disponibilidade dos instrumentos, da habilidade 
no manejo de rédeas curtas, da consciência de hóspede
de uma possibilidade infinita, efêmera e torta
mas de forma alguma restrita.

imaginação é tudo que oferta e exige em torno.
ter tocado o rosto, sentido o lábio
como embaixo da chuva,
saber que pedra nem sempre é morta, como nem sempre
olhar tem vida. 











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