domingo, 21 de março de 2010

Minhas cinzas das horas







já perdi a conta dos dias,
já não sei quando durmo
e não tenho a certeza
de quando estou desperto.

espero pelo despertador
no escuro, espero a chegada
do sono profundo, o fim da semana
e a enfim chegada na cama.

quando acordo tento em vão
abrir e fechar ambas as mãos
que só obedecem embaixo
da água quente da ducha.

tenho torcido por chuva
e pelo fim do calor infernal;
quero um dia sem sol,
sem o suor sem fim embaixo do sol.

quero um livro que trague
o descanço infinito ao corpo,
o sossego infinito a cabeça,
o alento infinito ao peito -
um poema que nunca foi feito
que ponha a alma pra sempre a dormir,
que a faça esquecer de à noite sentir,
que a coloque deitada no leito,
quieta, não mais pensando em fugir.

Nenhum comentário:

Postar um comentário