terça-feira, 2 de novembro de 2010

a morte num domingo cedo





me ajoelho em frente ao corpo
e rezo.
peço a deus
que carregue essa alma pura de animal
aos céus
e que lá descanse para sempre
agora liberta de sofrimento.
coloco a mão sobre as costelas
que sem ar já não se movem,
não arfam, não pulsam
enquanto formigas já cobrem o corpo
rastejando sobre os olhos abertos.
tudo vira comida
e tudo volta para a terra -

perdoai as nossas ofensas
assim como nos perdoamos
a quem nos tem ofendido,
não nos deixe cair em tentação
e nos livre do mal,
amém.

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