segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

As Auroras do Outono
(poema traduzido de forma livre, de Wallace Stevens) 


Se fosse mesmo verdade que a realidade existe
Na mente: o prato de lata, sobre ele o pedaço de pão,
A faca de lâmina larga, o pouco pra beber e toda a sua

Misericórdia, segue que
O real e o não-real são dois de um mesmo;como New Haven
Antes e depois da chegada de alguém ou, digamos,

Bergamo em um cartão postal, Roma já tarde da noite,
Suécia descrita em palavras, Salzburg sob olhar sombrio
Ou Paris em uma simples conversa em um café.

Esse elaborado poema sem fim
Propõe a teoria da poesia,
Como sendo a vida da poesia. Um mais severo,

Mais rigoroso mestre exteriorizaria
De forma mais sutil, com mais urgência a prova de que a teoria
Da poesia nada mais é do que a teoria da vida,

Como são, na intrínseca evasão do como,
As coisas vistas e as não-vistas, criadas apartir do nada,
Os céus, todos os infernos, os mundos
E os tão sonhados campos.

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