quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Na escuridão daquela tarde




Os Filisteus haviam reunido seu grande exército e montado
acampamento entre Socoh e Azekah, no alto topo de um monte.
O topo de outro monte, oposto e logo à frente, foi ocupado
pelo exército do povo Hebreu.

Entre eles jazia uma profunda depressão, o chamado Vale de Elah.

Por quarenta dias sempre em dois distintos momentos, de manhã cedo
e logo ao anoitecer, o gigante Golías havia tomado posição no vale
e desafiado qualquer Hebreu a vencê-lo em combate;
nenhum deles tinha coragem.

Até que Daví, o oitavo e mais novo filho de Jesse, disse que o enfrentaria.
Daví era pequenino e franzino, Golías tinha mais de nove pés de altura
e trajava uma armadura completa de bronze.

Mas Daví sabia que somente os homens proferem julgamento
baseado em aparências, mas que o Senhor o faz olhando para dentro
do coração de cada um. E mal sabia Golías que o espírito do Senhor
estava com Daví que, sentindo medo, como qualquer um sentiria,
todavia jamais havia deixado de acreditar.

"Eu sou o pastor de meu pai, e quando ocorreu de um urso ou leão atacar
e roubar uma de suas ovelhas, fui eu quem tive que intervir; foi o Senhor
quem me salvou de tanto urso quanto leão, e desta feita não será diferente".

Daví, sem qualquer armadura e carregando somente um funda
e quatro pequenas pedras, plantou os pés no Vale de Elah e, quando viu
o gigante Golías investir contra ele, ao invés de fugir, investiu também em sua direção.
Antes que se encontrassem, Daví tomou de sua funda e lançou com toda força
uma pedra que atingiu Golías em cheio na testa. Golías desabou morto, seu rosto
contra o chão.

Daví teve medo, mas teve fé e também coragem. Havia sido capaz de,
mesmo na escuridão das profundezas do Vale de Elah, encarar o mais
temível de todos os montros nos olhos - e ainda assim não sucumbir.

Nenhum comentário:

Postar um comentário