segunda-feira, 30 de abril de 2012

Ao Mesmo Tempo




O tempo é mesmo estranho. Como
Muda. Como passa. Como ora acalma
E ora derruba. Como acumula
Ora atrás da porta
E como ora o vento bate embora.
O tempo espera. O tempo aguarda
Por você que nunca chega. Você diz que chega
Que basta
Mas o tempo ignora. Como o fogo destrói a casa
Mas não o campo em que ficava.
Não olhe agora. O tempo mata
O que a memória reencontra. O que o sonho
Transforma. O tempo que anda.
 

O tempo engana
E as horas já não são mais as mesmas. Nem tudo
Se torna. O tempo às vezes permanece.
Como ele ora divide o céu com a lua
E ora disputa espaço entre as estrelas.
Como desperta na primeira luz da aurora
E se recolhe bem logo ela anoiteça. O tempo corre
Mas o tempo nunca esquece
Do tempo que passou de joelhos. Como cansa.
Como o corpo anseia. Como o tempo dança a valsa
Em volta de dias iguais. Como o tempo inteiro
É uma colcha de retalhos. Ecos separados
De um mesmo grito
Retumbando ao mesmo tempo.

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