quinta-feira, 9 de agosto de 2012

O Gesto






numa terça feira à noite
revirei gavetas
atrás de palavras escritas
em velhas cartas.

fui encontrá-las numa velha pasta
capa azul clara
elásticos soltos.

envelopes de várias cores,
vermelho, rosa,
azul-laranja,
azul-marinho, folhas listradas
de caderno,
                 um pedaço—

rasgado de papel pardo.

um bocado de desculpas
que eu não merecia
                         [e ainda não mereço.

te adoros, obrigados,
lembranças e datas e certezas
que não duraram tanto
                 [ou duraram muito
                   porque ainda duram?

tempo passando, quatro, 
cinco, seis, sete meses e um ano, 
nunca se esqueça que eu te amo
muito.

não me lembro de quando segurei teus cabelos 
enquanto tu vomitavas,
mas guardei as cartas
e eu te amo ainda.






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