quarta-feira, 1 de agosto de 2012


A Transmutação das Horas







o dia, a saia preta de linha fina. o dente do prato,
o fio do relógio de pedra, a pinha retorcida, a tela
do estádio. o entorse impune do entrave, o ardil
alarde de odores eloquentes, o táxi. a tosse instável
do latido, o piso fétido, o tique lunático do poste.

a lâmpada soberana, o olho fosco, o entorno 
de cenho alarmado. o passo latente, a solda lenta,
suntuosa. o lamento no banco do palco, o outono,
o cenho do lado de dentro, o passo tonto, o trato
do pulso teso. o torso de chofre, o pântano, a noite.

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