domingo, 29 de julho de 2012

Hábito







o telefone toca
eu viro na cama
de barriga pra cima

é só o alarme
o aparelho não dorme
se os olhos não abrem

respira fundo
esfrega o rosto
puxa o catarro
um pé
depois do 
outro
pro banheiro

mijar de pau duro?
o jornal já chegou?
eu escovo os dentes
depois—

primeiro um café
preto por favor
sem saco hoje 
pra leite
sem tempo
pra livro

o computador
me espera
na esquina
entre a escrivaninha
e a janela
sem trégua 
pra poema


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