sábado, 14 de julho de 2012

Repouso







o silêncio das vozes
é a confissão dos corpos
via bafo, o mesmo gosto
de um beijo antigo.

o braço busca o bojo
do ventre, entrelaça o
estômago, a perna
por entre as pernas de meia.

as horas passam depressa,
rasteiras, nas mangas de camisa
e no latejo do folgo que o lábio
testemunha no pulso
da palpitação do pescoço.

a manhã assume a forma de leito
inacabável, inatingível.
a lembrança de anos difíceis
toma talho de desabafo
no abrigo de alento
do peso do enlace.

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